chick lit



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Do que as mulheres gostam




Coisas cuti-cuti que só existem no cinema.

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Taxi Driver






(Taxi Driver) De Martin Scorsese. Roteiro de Paul Schrader, escrito em dez dias. Com Robert DeNiro, Jodie Foster, Albert Brooks, Harvey Keitel e Cybill Shepher. Palma de Ouro em Cannes.



"Aqui está um homem que não aguenta mais." Travis



Uma jóia dos anos 70 (o certo é falar Anos 1970, mas acho esquisito.) Travis Bickle (De Niro), um taxista de Nova York veterano da Guerra do Vietnã, solitário e revoltado com a violência e a miséria à sua volta, tenta convencer Iris (Foster), uma menina de doze anos, a largar a prostituição.

Frustrado, sua revolta acaba obrigando-o a se armar até os dentes e tentar resolver sozinho os problemas da cidade. O perfeccionista Robert DeNiro trabalhou como motorista de táxi 12 horas por dia, durante um mês. A cena em que conversa com o espelho ("Você está falando comgo? Com quem diabos você está falando? Bom, eu sou o único aqui.) foi criada pelo ator na hora.

Bernard Hermann só aceitou fazer a trilha sonora depois de ver a cena em que Travis molha um pedaço de pão no copo de bebida alcoólica. O compositor morreu depois do final das filmagens. Nos créditos, o ator aparece como Robert DeNiro, do jeito que ele usava antes de se tornar uma estrela.

Um jeito Hitchcock de ser Scorsese aparece atrás de Cybill Shepherd quando ela caminha em câmera lenta. Também aparece no táxi, fazendo um marido furioso.

Dança das cadeiras Neil Diamond chegou a ser escalado para o papel principal.

Quando Taxi Driver estava em cartaz, o presidente Ronald Reagan levou um tiro no pulmão esquerdo, de um cara de vinte e poucos anos, influenciado pelo filme, a fim de atrair a atenção de Jodie Foster, por quem se dizia apaixonado.

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Eu te amo


O cinema e a dança




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O Homem que Copiava





Brasil, 2004. Roteiro e direção de Jorge Furtado. Com Lázaro Ramos, Leandra Leal, Pedro Cardoso, Luana Piovani, Carlos Cunha, Júlio Andrade, Artur Pinto e Paulo José.


"A vida é mais complicada que um quebra-cabeça." - André.


André (Lázaro) é um operador de fotocopiadora - como costuma se apresentar, envergonhado - que trabalha numa papelaria e sonha ser desenhista. De tanto tirar cópias o dia inteiro, sabe um pouco de cada coisa, as informações sempre fragmentadas - o trecho de um poema, um pedaço de biografia, alguma coisa sobre Shakespeare. Apaixonado por sua vizinha (Leandra), costuma espioná-la de binóculo pela janela. Mil coisas acontecem nessa história bem-boladíssima, amoral, que faz rir, emociona e surpreende o espectador.

"A Vida é original. O resto é cópia."



Enfim, uma comédia romântica brasileira inspirada, com um roteiro genial e elenco de primeira. Lázaro Ramos emociona, Leandra Leal é a atriz da sua geração. Os coadjuvantes, atores gaúchos, são muito bons. Pedro Cardoso é sempre Pedro Cardoso, não adianta, e está endraçadíssimo. Luana Piovani está surpreendentemente bem, e quando ela aparece a tela se ilumina. E o que dizer de Paulo José, um dos atores mais comoventes do país, mesmo fazendo apenas uma ponta?

Bacaníssimo também é ser passado em Porto Alegre; e a escolha de um ator negro, quando a cor do personagem principal não interessa a mínima. Apesar de ser muito divertido, fiquei com vontade de chorar o filme inteiro, e de fato chorei.

O Homem que Copiava tem 1448 planos, foi feito em 43 dias e a montagem durou um ano. O roteiro levou cinco anos para ser concluído, enquanto Furtado fazia uma série de outras coisas, incluindo Houve uma vez dois verões.

Comentário

Meu nome é Cynthia Caprara e acompanho os teus blogs, adoro o que tu escreve. E quando vi teu comentário do Homem que Copiava, achei muito bacana, fui a produtora de elenco do filme, trabalho com o Jorge Furtado na Casa de Cinema de POA. Quando testei o Lázaro, sabia que minha busca tinha terminado.
Assim como o Jorge, que chamou o Lázaro para vir a POA, para mais um teste.Mas na verdade, era um almoço para a familia e amigos, ao final do dia, quando estavamos indo para o aeroporto, foi dada a noticia, ele era o André.
A cor do personagem realmente não interessava a minima.
Obrigada
Cynthia


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Inteligência Artificial





(A.I. Artificial Intelligence)
EUA, 2001. De Steve Spielberg. Com Jude Law, Haley Joel Osment, Francis O'Connor, Jack Thomas e William Hurt. Ben Kingsaley, Meryl Streep e Robin Williams também participam do filme, nas vozes do narrador, robô azul e dr. Saber, nesta ordem.



"Please, make me a real boy?"


Um robô-criança (Osment, aquele adulto em corpo de guri) é adotado por um casal que está com o filho em coma. Programado para amar a mãe incondicionalmente e eternamente, ele se desespera quando o filho do casal fica bom. A mãe decide se livrar do robozinho, largando-o numa floresta. Abandonado e condenado ao amor eterno, acaba conhecendo um andróide que trabalha como garoto de programa - um sensacional Jude Law, que o acompanha na sua jornada em busca da mãe. O filme é triste, claro.


Circus, Sócrates, particle, decibel, hurricane, dolphin, tulip

Algumas pessoas acharam o filme cansativo, eu não. Fiquei hipnotizada. É totalmente Spielberg, está tudo lá: extraterrenos, menino, a lua, os brinquedos. Adoro a imagem de Nova York submersa, como adoro o piano de Holly Hunter afundando no mar. Água azul é muito cinematográfica e exerce muito efeito sobre mim.

Idéia de Stanley Kubrick, roteiro e direção de Spielberg. Tá bom, né? Kubrick ficou 12 anos amadurecendo a idéia de adaptar o conto de Brian Aldiss para o cinema, mas morreu antes de conseguir produzir I.A., que seria mesmo dirigido por Spielberg.

O diretor de Laranja Mecânica queria um robô de verdade.
Foi Osmond que sugeriu que seu personagem não piscasse nunca, e o diretor achou a idéia legal.

Eu realmente gosto desse filme. Spielberg fala de tudo aquilo que eu acredito, extraterrestres, amor.

Um jeito Hitchcock de ser O diretor aparece tocando guitarra no parque de diversões.

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E Tua Mãe Também


(Y Tu Mamá También)
México, 2001. De Alfonso Cuarón. Com Gael García Bernal, Diego Luna e Maribel Verdú.

Os melhores filmes legais são aqueles que a gente vê sem querer. Estava de bobeira no sofá da sala, controle remoto, dei uma paradinha e a sorte de pegar o filme no início. Adorei, adorei, porque gosto demais de filmes sobre amizade. Como tem muitos gemidos no filme, apertava o mute, porque minha filha estava na mesa da sala fazendo trabalho de grupo. Hohoho. Mute direto.

Julio e Tenoch são dois adolescentes que só pensam em sexo. Numa festa de casamento ficam vidrados em Luisa, onze anos mais velha. Empolgados, a convidam para conhecer Boca Del Cleco, um nome que inventam na hora. Quando descobre que está sendo traída pelo marido, ela resolve viajar com os dois. Com o libido a toda, os garotos ficam extasiados com o espírito livre de Luisa, nesse filme que já foi classificado como um "road fucking movie".

A frase que dá título ao filme é considerada no México a pior ofensa que se pode fazer a alguém.




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